Slide # 1

TJGO - Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Slide # 2

Slide # 3

Slide # 4

UMA HOMENAGEM A RIO VERDE

terça-feira, 19 de abril de 2011

 

Ainda sobre a questão da administração do tempo, como aproveitar melhor nosso o dia para realização do nosso trabalho, estudo, ficar com a família e ainda ter tem algum lazer, achei interessante a abordagem feita por Christian Barbosa, no blog “Mais Tempo”, e resolvi compartilhar suas sugestões.

De forma simples e objetiva, o blogueiro dá dicas que podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso profissional e pessoal (e não apenas uma simples sugestão para o feriadão, como parece sugerir o título do post) que, como sabemos, dentre outras coisas, depende de planejamento e da forma de como utilizamos o nosso tempo . Vale a leitura!

 

Você vai aproveitar o feriadão para evoluir?

Hoje recebi um e-mail do Marcus Canesqui, leitor do blog, com um assunto interessante para comentarmos:

“...com o feriado prolongado chegando, muitas pessoas programam varias atividades, muitas vezes coisas particulares tipo, documentos que precisam ser renovados, contas que precisam ser revisadas, etc... E no meio disso às vezes sobrecarregamos a agenda no feriado e não conseguimos, nem fazer tudo que planejamos, nem ter o descanso necessário e na segunda-feira vem aquela sensação de frustração...”

Para quem não vai viajar, esse comentário é extremamente pertinente. Napoleon Hill dizia que todos têm as mesmas 24 horas: 8 horas em geral para descansar, 8 horas para trabalhar e as 8 horas que sobram é o que separa aquelas pessoas que realizam seus sonhos das pessoas que não realizam.

Esse feriado prolongado é a data perfeita, para quem não for viajar de colocar a agenda, os sonhos e o lazer em dia! Vale sim um planejamento com muita flexibilidade para aproveitar bem esse tempo!

Se ainda não sabe o que fazer, que tal uma sugestão de roteiro para ter algumas idéias:

1 – Família – Já que o Tempo é livre, a família deve vir em primeiro lugar! Se tiver filhos pergunte o que eles querem fazer, aonde querem almoçar, que filmes querem ver (RIO é uma excelente pedida), etc. Se não tiver filhos, dedique tempo para seus relacionamentos, amigos, seus pais, parentes, etc

2 – Você – que tal colocar em dia seu planejamento pessoal? Organizar suas gavetas, separar algumas roupas para doação, renovar documentos, dar uma caminhada, praticar algum hobby, colocar a leitura em dia, jantar em algum lugar especial, descansar, etc???

3 – Seus Sonhos – Nada com um feriadão para ajudar você a pensar nas suas metas! O que pretende realizar esse ano? Já existe um plano de ação bem definido? Se quiser um roteiro, passo a passo de como definir seus objetivos, acompanhe aqui a série de posts sobre esse assunto.

Eu por exemplo, não vou viajar dessa vez (ufa!), então vou com as crianças no cinema, vamos jogar tênis, cada dia vamos a um restaurante escolhido por um de nós, vou renovar minha CNH e tirar o RG do meu filho no Poupatempo, vou escrever uns dois capítulos do meu novo livro, almoçar com meus sogros e aproveitar o sábado para namorar!

Vale a dica do Marcus, nada muito rígido, tudo flexível e totalmente aberto a mudanças ou novas idéias! O importante é não deixar esse tempo passar em branco! Enquanto alguns dão passos na direção dos seus sonhos, outros ficam em casa de preguiça vendo TV. Não culpe a sorte ou o azar pelo seu resultado, mas as pequenas atitudes feitas em momentos como esse!

E você? Quais seus planos para o feriado?

domingo, 17 de abril de 2011

Por Vladimir Passos de Freitas

administração do tempo

Administração do tempo / profissional do Direito. A administração do tempo deve ser separada por uma barra do profissional do Direito? Será que uma coisa nada tem a ver com a outra? A resposta é: não, ao contrário, deve ser conhecida e aproveitada.

Evidentemente, o curso de Direito não se preocupa com este tipo de estudo. Afinal, tantas e tão complexas são as matérias da graduação, que ninguém teria tempo de pensar em administração do tempo, oratória, relacionamento humano, condução de reuniões e outros temas paralelos às profissões jurídicas. Só que eles serão, mais tarde, decisivos. Podem ser a diferença entre o fracasso e o sucesso.

Minha preocupação com o assunto começou quando era juiz de primeira instância. Percebi que não bastava trabalhar muito para ter a Vara em dia. Era preciso eliminar atos inúteis. Atualmente, o tema desperta maior interesse, principalmente na área da administração de empresas. Há uma grande quantidade livros,[1] cursos, inclusive alguns por preço irrisório (R$ 30),[2] outros on line, beneficiando quem não mora nos grandes centros.[3] No mundo jurídico, contudo, a matéria é praticamente ignorada.

Mas, como, onde e quando o operador jurídico pode (ou deve) administrar o seu tempo? A resposta varia conforme a profissão. Há, todavia, uma premissa que vale para todas: o profissional que vive às voltas com dezenas de coisas, perdido em meio a papeis, que não almoça porque não tem tempo e sai do trabalho depois das 21 h, não é um herói nacional, na verdade, é um incompetente.

Se uma pessoa adota este tipo de vida e faz dele sua rotina, é porque não sabe cuidar de si próprio, de sua família, de sua profissão. Quem não consegue pôr ordem na sua rotina, como cuidará de seu gabinete ou do seu escritório? Não fomos colonizados por ingleses, por isso, respeitar horários não é nosso forte. Mas um pouco de organização não faz mal à vida de ninguém.

Entre os profissionais do Direito, o magistrado, por ser o condutor do ritual judiciário, é o ator principal. Cabe-lhe cuidar do tempo em respeito à administração da Justiça e a todos que dela necessitam. Só que isto não lhe é ensinado nas Escolas da Magistratura, faz por iniciativa própria ou não faz. Vejamos alguns exemplos.

O juiz de primeira instância, que marca duas ou mais audiências para horários próximos e deixa as pessoas esperando, não só é um mau administrador do tempo como pode chegar a ser um irresponsável. Na sala de testemunhas podem estar um médico cheio de compromissos, um policial com muito serviço à sua espera, uma mãe que necessita apanhar o filho na escola ou simplesmente alguém que, com todo o direito, deseja ir caminhar em um parque. Portanto, audiências devem ser marcadas com um mínimo de previsibilidade de horário e, se houver atraso, um pedido de desculpas com justificativa cairá muito bem.

Nas solenidades do Judiciário nunca se começa na hora. Imagine-se uma posse de desembargador. O convite é para as 17 h. O relógio marca 17h45 e nada. As autoridades estão em uma sala VIP tomando café e falando sobre amenidades. Mas aquele que, cumprindo o horário, às 17 h colocou-se no auditório, tem que esperar. Como se seu tempo de nada valesse. Óbvio que nada justifica tal atraso (nem mesmo esperar a chegada do governador) e que isto constitui um desrespeito.

Nas sessões de julgamentos nos Tribunais, pouca importância se dá ao tempo de duração. Alguém já pensou sobre o gasto de dinheiro público com uma simples hora de discussões desnecessárias? Imagine-se os vencimentos dos magistrados, dos servidores envolvidos, energia elétrica, aparelhos e toda a estrutura necessária.

Evidentemente, não estou a dizer que o julgamento deve ser rápido para que haja economia. Mas estou a observar que quando as discussões são absolutamente desnecessárias, está-se, sim, a gastar dinheiro público inutilmente. Por exemplo, em casos repetitivos, o relator não precisa ler o extenso relatório e um voto cheio de citações de doutrina e jurisprudência para concluir o que todos já sabem. O seu precioso tempo deve ser reservado para as discussões de teses controvertidas. Neste particular o ministro Luiz Fux, do STF, tem conduta exemplar, pois apenas explica o seu voto e lê a ementa.

Nos escritórios de advocacia há uma noção mais acentuada de que tempo é dinheiro. Alguns advogados, mais refinados, cobram os honorários com base no tempo de atendimento. Mas, ainda assim, nunca é demais lembrar que um advogado organizado não faz o cliente aguardar na sala de espera, não se atrasa para as audiências (mesmo sendo o tráfego caótico), nelas não faz perguntas inúteis, mantém um arquivo de petições que lhe permite agilizar os serviços do escritório, só procura falar pessoalmente com o juiz quando é realmente necessário e daí é direto e objetivo, não faz sustentação oral em casos que a dispensam (v.g., de jurisprudência pacífica).

Tudo o que se disse vale para o caso de intimação para comparecer no Ministério Público, seja como testemunha em um inquérito civil, seja para uma reunião para deliberar sobre um TAC.

Também nas delegacias de Polícia, onde não se justifica, exceto por absoluta impossibilidade, deixar a vítima aguardando para que seja lavrado um B.O. ou uma testemunha para prestar um depoimento. Felizmente, agora, nos casos de prisão em flagrante os depoimentos são tomados e vítima e testemunhas dispensadas, enquanto no passado tinham que aguardar o término do auto.

Os professores de Direito também devem organizar o seu tempo. Não podem converter-se em tutores de seus alunos, mesmo dos orientandos. Fixar hora para início e término de uma reunião e um dia da semana para troca de e-mails será uma boa forma de administrar o tempo.

Finalmente, os alunos. Dividir o tempo de estudo, os prazeres da juventude, o estágio e as atividades paralelas, é uma arte. Se não for bem exercida, fatalmente se pagará por isso mais tarde.

Em suma, o bom profissional sabe separar o tempo e dele tirar o máximo proveito, inclusive para cuidar de sua vida, saúde e felicidade. Aqueles que não têm agenda, não delegam, mandam e respondem e-mails 24 horas por dia, almoçam às 3h da tarde e saem do trabalho às 21 h, não são modelos a serem seguidos. Quem não sabe administrar sua vida não sabe administrar seu trabalho. É a minha opinião, com todas as vênias e até uma condescendente simpatia aos “trapalhões jurídicos”.


[1] http://www.americanas.com.br/produto/6659848/livro-administracao-do-tempo-como-organizar-e-ganhar-produtividade-na-vida-e-no-trabalho

[2] http://www.cursos24horas.com.br/cursos/tempo.asp

[3] http://www.portaleducacao.com.br/gestao-e-lideranca?id=29

Vladimir Passos de Freitas é colunista da revista Consultor Jurídico, desembargador federal aposentado do TRF 4ª Região, onde foi presidente, e professor doutor de Direito Ambiental da PUC-PR.

Artigo publicado originalmente na Revista Consultor Jurídico em 17 de abril de 2011.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Por Eduardo Mahon*

Justiça e política

Sempre houve, no seio da Igreja Católica, uma questão que ficou mais sensível com a ordem franciscana – afinal, para que serve a Igreja? Serve para servir, dizem os frades menores. Não serve para usufruir. É uma questão central que ainda incomoda as alas abastadas que gostam de bons colchões em vez de catres duros e humildes; que prefere carros importados a andar a pé. Dia desses, vi alguns frades no aeroporto com lindas batas de tecido finíssimo, bem diverso do abnegado Francisco de Assis.

Esse tenso viés católico deitou raízes no imaginário tupiniquim com a teologia da libertação, onde a ideologia esquerdista permeou religiosos que pretendiam misturar o discurso cristão com o socialismo (ironicamente ateu, aliás). Deu certo – muitos missionários tornaram-se verdadeiros patrulheiros: reforma agrária, penitenciária, educacional, financeira. A Igreja deveria servir preferencialmente ao pobre, ao excluído, ao estrangeiro, às minorias. A Igreja deveria ser um meio, uma ponte, um exemplo.

Certa ou errada, a teologia da libertação confunde-se com a missão cristã que é a doação por amor, de forma incondicional. E, para isso, usa do sentimento mais sublime, mais incognoscível do divino. É a fé, pilar central do cristianismo, que anima o religioso nessa inspiração. Mas e o Judiciário? Uma instituição republicana, em meio a um regime democrático, deve ter um papel ideologicamente orientado? Afinal, para que serve o Judiciário?

Muito ao contrário de um discurso fácil e panfletário, o Judiciário não se presta a atender aos pobres, excluídos, estrangeiros e minorias. Presta-se a atender todos, indistintamente. Ao que me conste, não há “Justiça da libertação”. Essa pergunta “para que serve” guarda um sofisma, porque um juiz não deve se inclinar, comprometer, envolver ou usar a toga para fazer palanque, montar discurso ou promover reforma social.

Evidente que o juiz julga também com seus valores, suas vivências e seu senso de justiça. Todavia, é profundamente perigoso para a democracia um magistrado engajado politicamente com determinada tendência, sob pena de partidarizar um tema, onde o juiz egocêntrico quer ser mais do que o próprio Judiciário. O ativismo despreza o devido processo, a isonomia e a imparcialidade. Juiz é juiz, não é sacerdote. Juiz tem de distribuir justiça leiga e não hóstias cristãs. Na Igreja, comungam apenas os fiéis de determinada crença. No Judiciário, não há restrições. Pobres e ricos.

*Eduardo Mahon é advogado em Mato Grosso e Brasília, doutorando em Direito Penal e membro da Academia Mato-Grossense de Letras.

Artigo publicado originariamente na Revista Consultor Jurídico em 05/04/2011.