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TJGO - Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

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UMA HOMENAGEM A RIO VERDE

terça-feira, 19 de julho de 2011

Fugindo um pouco dos temas jurídicos e educacionais, normalmente publicados neste espaço, trago agora excelente artigo para uma reflexão de todos nós que somos pais ou que ainda vamos ser e vivemos os dilemas de educar nossos filhos para as adversidades da vida.

 

Por Eliane Brum.

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A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada.

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum

Artigo publicado originalmente no endereço eletrônico da Revista Época. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00.html

sábado, 16 de julho de 2011

Exame de ordem

Por Reginaldo de Castro – Advogado e ex-presidente do Conselho Federal da OAB

A reprovação em massa de bacharéis em Direito no Exame de Ordem da Ordem dos Advogados do Brasil — 88%! — cobre a educação brasileira de vergonha. É mais que um índice estatístico: é uma confissão de incompetência por parte das universidades, do Ministério da Educação e da própria OAB.

Cito a OAB, que tive a honra de presidir no triênio 1998-2001, por uma razão simples: ela, inexplicavelmente, abriu mão de seu papel proativo no processo, deixando de editar, a partir de 2007, a publicação anual OAB Recomenda, que relacionava as faculdades de Direito que ofereciam ensino de alguma qualidade.

Esse serviço teve início em minha gestão e se mostrou de enorme eficácia. Em vez de denunciar quem ia mal, relacionava quem ia bem. E todas as instituições, até por razões de mercado, procuravam ajustar-se para constar daquela publicação, que se tornou rapidamente fonte de consulta dos que queriam matricular-se numa faculdade de Direito.

O consumidor procura sempre o melhor produto e a OAB, como entidade dos advogados, tem credibilidade e fé pública para aferir a qualidade do ensino jurídico. As más faculdades de Direito — a maioria — sentiram na carne a contundência daquele serviço, de eficácia bem maior do que qualquer denúncia.

Até então, as relações da Ordem com o tema limitavam-se a pressões sobre o MEC e a denúncias, sem que disso resultasse algo de objetivo. As reprovações em massa continuavam e o MEC seguia credenciando novas instituições de ensino, mesmo sem ter nenhum controle sobre as antigas. E as reprovações não davam sinais de recuo, lançando anualmente no mercado milhares de bacharéis frustrados. Um crime contra a educação, a juventude e o País.

Foi com base nisso que tivemos a iniciativa de inverter a equação: em vez de denunciar os faltosos, passamos a recomendar os eficazes. E os resultados se mostraram promissores. Tinha início um serviço público de valor inestimável, com efeito corretivo, obrigando os maus empresários do setor a mudar suas estratégias, com vista à sobrevivência no mercado.

Aliás, um dos sinais mais evidentes da eficácia do OAB Recomenda era a pressão de conhecidos picaretas do ensino para que aquele serviço deixasse de ser prestado. Foram atendidos.

A partir de 2007, subitamente e sem nenhuma alegação, a OAB deixou de publicar as suas recomendações. Voltou a confiar exclusivamente no MEC, que, como de hábito, prometeu maior rigor no credenciamento dos cursos jurídicos e, como de hábito também, não cumpriu o que prometeu. O resultado aí está: em cinco anos, houve aumento de 30% no credenciamento de cursos jurídicos.

Somente em Brasília o aumento foi de 75%. As reprovações voltaram a aumentar até chegarem ao presente índice, pornográfico, de 80%. Restou à OAB vir a público, como fazia no passado, apenas para lamentar e denunciar. Seu presidente, Ophir Cavalcante, informa que os cursos foram criados à revelia dos pareceres negativos da Ordem, como se o MEC dependesse desses pareceres para agir.

A OAB não trabalha para o Estado, mas para a sociedade. E o melhor serviço que lhe pode prestar nessa questão é, sem prejuízo das pressões que deve exercer sobre o MEC, mostrar quais instituições de ensino cumprem o seu dever.

Não o fazendo, associa-se, por omissão, ainda que não o queira, à delinquência generalizada que historicamente debilita o setor. Como membro honorário vitalício do Conselho Federal da Ordem, tenho cobrado sistematicamente o restabelecimento daquele serviço, sem êxito algum, o que acho estranho, já que essa é uma das causas mais eloquentes da nossa entidade.

A OAB sempre associou a má qualidade dos serviços jurídicos do País à má qualidade dos cursos de Direito, que formam não apenas advogados, mas todos os profissionais que atuam na cena judiciária, como magistrados, procuradores, delegados, promotores, etc.

Não basta promover a reforma do Poder Judiciário sem simultaneamente melhorar o padrão do ensino de Direito no País. Além de melhorar o atendimento ao público, aumenta a consciência e o padrão ético do nosso meio, uma das bandeiras mais tradicionais da OAB e tema de numerosas campanhas públicas no passado.

E há ainda um fator adicional: o processo de globalização econômica, que interconectou mercados e acirrou a competitividade internacional, deu relevo ainda maior à precariedade dos nossos cursos jurídicos. A abertura dos mercados colocou nossos profissionais em concorrência direta com os do Primeiro Mundo, aumentando a exigência de apuro e especialização.

Como agimos na contramão dessa lógica, piorando, em vez de melhorar, favorecemos a invasão dos escritórios internacionais de advocacia. E isso é ruim para o País, cujas demandas no campo dos negócios multilaterais acabam sendo conduzidas segundo a ótica dos interesses externos.

Espero que, com mais esse revés, cujas vítimas maiores são a juventude e a sociedade brasileira - a primeira, por ver frustrado o seu sonho de ascensão social pelo saber; a segunda, por ser vítima direta de maus serviços numa área vital -, algo mude.

Esse novo fiasco fortalece o lobby das universidades relapsas pela extinção do Exame de Ordem, já proposta no Congresso Nacional. O Exame de Ordem, no entanto, nada tem que ver com isso. É apenas um termômetro a indicar o quadro febril do paciente - neste caso, a educação brasileira. Quebrar o termômetro não cura a febre. É um gesto insano e desonesto dos que querem manter as coisas como estão e seguir lucrando à custa da juventude brasileira. Um crime de lesa-pátria. Nada menos.

Lamento que a Ordem não tenha argumentos para justificar a sua omissão nesse capítulo lamentável da história do Direito no Brasil.

Artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo deste sábado (16/7).

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Artigo publicado no site Bom dia Advogado: http://www.bomdia.adv.br/noticias.php?id_noticia=26372

Ensino jurídico

Várias faculdades particulares paulistas estão dando cursinhos de nivelamento no primeiro ano para que os ingressantes revejam  conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática do ensino fundamental e médio. Os alunos chegam ao ensino superior sem saber nem mesmo a  tabuada, por exemplo, ou resolver divisões simples e equações com fração. Em Português, precisam reaprender ortografia, concordância e pontuação. De maneira  geral, não conseguem ler um texto complexo, próprio do curso, e responder a questões.

Os cursos de reforço ocorrem, geralmente, uma hora antes do período normal de aulas, no caso do noturno, ou uma hora após o expediente escolar, para quem  estuda pela manhã. Nesses módulos há estudantes oriundos do sistema particular de ensino, mas a maior parte dos estudantes, dizem os professores, é formada  por gente vinda da rede pública. Um deles é Evânio Viana Nobre, de 42 anos, que cursa o último ano de Licenciatura em Matemática na Universidade de Guarulhos  (UnG), na Grande São Paulo. Ele diz que, na primeira vez em que tentou cursar o ensino superior, abandonou a faculdade. "Tive de contratar um professor  particular", lembra. Na UnG, participou do Mathema, o cursinho extra de matemática.

"Os alunos chegam sem noção alguma da serventia do conteúdo para a vida dele. Falta significado", diz Ana Maria Pires, professora do Mathema. Mayara  Elza Lessa, coordenadora de Inserção Acadêmica da UnG, acredita que as dificuldades em leitura e produção de texto são graves. "Por isso, criamos o  laboratório de produção textual." "O ensino público está muito ruim", critica Magali de Paula, professora do projeto Aprimorar do Centro Universitário Sant'Anna (UniSant'anna). "Os alunos  chegam à instituição semianalfabetos", completa. Por lá, o cursinho extra também inclui reforço em espanhol e inglês.

As instituições particulares já perceberam que precisam resolver as deficiências da educação básica de seus ingressantes se quiserem mantê-los nas aulas. "Esse é o nosso público. E ele também tem direito de cursar a faculdade", afirma Rodrigo Capelato, diretor executivo do Sindicato das Entidades Mantenedoras  de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo. "O diploma da educação superior tem implicações sociais. Felizmente, algumas universidades estão olhando para isso e oferecendo os cursinhos",  avalia Ocimar Alavarce, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

Nas faculdades do Grupo Anhanguera, as oficinas ocorrem especialmente no primeiro ano e ajudam o aluno até a pesquisar na internet. "É, sim, um  desafio, mas cabe a nós ajudar esses alunos a realizar o seu projeto de vida", diz Ana Maria Souza, vice-presidente acadêmica da Anhanguera Educacional. Na  UniRadial, instituição do Grupo Estácio, o cursinho de reforço é oferecido a distância, durante a formação regular.

A Universidade Anhembi Morumbi também adota a técnica e os módulos são criados de acordo com a necessidade das turmas, segundo a pró-reitora  acadêmica da instituição, Josiane Tonelotto. "Aqui, combinamos competências e habilidades (defasadas) com a aquisição de novos conhecimentos", conta Sílvia Ângela Teixeira Penteado,  pró-reitora da Universidade Santa Cecília (Unisanta), na Baixada Santista.

Os números mais recentes do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) ajudam a entender as dificuldades do aluno que chega à  universidade: quase 60% dos alunos do ensino médio estão abaixo do nível básico em matemática e 38% deles não absorveram conteúdos mínimos em português.

Fonte: A matéria é de autoria de Isis Brum do Jornal da Tarde